Filtro solar: quanto, como e por que aplicar!

A chegada das estações mais quentes deve te lembrar algumas coisas: os danos solares são imediatos, por isso a pele fica vermelha; mas eles também persistem e danificam o material genético causando envelhecimento e câncer de pele; o protetor solar é a forma mais eficaz de se defender. Mas afinal, qual a forma correta de aplicação do filtro solar? Aliás, existe uma? Investigamos com dois experts no assunto: a dermatologista Dra Thais Pepe, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, e o farmacêutico e diretor científico da Consulfarma Lucas Portilho, que também é pesquisador em Fotoproteção na Unicamp. Vamos às principais dúvidas:

Quanto de protetor solar eu devo passar?
“Para obter a proteção do fator de proteção solar (FPS) descrito na rotulagem é necessário aplicar 2mg/cm2. De forma prática, se pensarmos em rosto, equivale a uma colher de café cheia”, conta Lucas Portilho. No caso do corpo, o consenso é aplicar: uma colher de café no braço e antebraço direitos; uma colher no braço e antebraço esquerdos; duas colheres no torso (1 para a frente e 1 para as costas); duas colheres para a coxa e perna direitas (1 para a parte da frente e 1 para a parte de trás); e duas colheres para coxa e perna esquerdas (1 para a parte da frente e 1 para a parte de trás).

Como e onde deve ser aplicado?
“No caso do rosto, eu tenho que passar uma camada generosa do filtro solar até que cubra toda a área e eu tenha aquela sensação de que existe um conforto e uma cobertura homogênea. Então obrigatoriamente, eu devo passar e estender no rosto até a raiz do cabelo, também na região pré-auricular, bem pertinho da dobra da orelha, não esquecer pescoço, nuca, orelhas quando eu estou em exposição ao sol como praia, piscina, caminhada, porque essas são áreas que frequentemente sofrem queimaduras”, enfatiza a dermatologista Dra. Thais Pepe. “Além disso, devo reforçar a região do osso da bochecha, ao redor dos lábios, na ponta do nariz e em suas laterais, já que que essas são áreas em que nós mais percebemos os campos de cancerização e mesmo a formação das manchas. Não esquecer de passar o protetor solar na região do pescoço, do colo, para os homens o V da camisa, que acaba sendo uma área esquecida e, por conta disso, acaba tendo a demarcação da linha do fotoenvelhecimento e o aparecimento das queratoses actínicas, que são lesões do tipo pré-câncer”, acrescenta a Dra Thais. Já no caso do corpo, uma recomendação importante: sempre que o paciente for para a exposição solar, ele deve passar o filtro sem roupa. “Ou seja, o filtro é passado no corpo todo e depois é colocado ou a roupa do exercício físico, ou biquíni, ou maiô da natação. E o filtro solar deve ser aplicado puro sobre a pele: então eu não passo um filtro solar com perfume, com hidratante, com produto anterior de hidratação para não perder a sua potência e aderência”, completa.

Quando deve ser aplicado?
“Não adianta chegar à praia ou à piscina e esperar para passar o protetor solar nesse momento. O filtro solar tem a necessidade de, pelo menos, 20 a 30 minutos para começar a agir e nesse período eu já estou sofrendo um dano importante em relação às células da minha pele”, afirma a dermatologista Dra Thais. Portanto, aplicar o protetor meia hora antes da exposição é uma zona de conforto e segurança. Além disso, a reaplicação deve ocorrer a cada duas horas em média, com uso de chapéu e óculos. “Aqueles que querem ir à praia, devem respeitar os horários recomendados que são: até 10h da manhã e depois das 4h da tarde”, completa a médica.

Qual FPS devo usar?
“A partir do FPS 30 já temos uma boa proteção, que fica perto de 97% de absorção da UVB, por exemplo. O problema é que como os brasileiros não aplicam uma quantidade adequada de produto, quando usam um FPS 30, na verdade a proteção é equivalente a um FPS 8”, conta Lucas. “Por isso gosto de fotoprotetores com FPS mais alto como 50, 60 ou 70. Acima disso o produto fica muito ruim sensorialmente e faz com que o consumidor não utilize diariamente. Afinal ninguém gosta de ficar com o rosto oleoso”, acrescenta.

Qual protetor solar?
Sem dúvida as classificações da pele requerem fotoprotetores diferentes. “Por exemplo, uma pessoa com fototipo 1 precisa de uma proteção muito maior quando comparado com uma pessoa com fototipo maior. Isso porque quanto maior o fototipo, mais escura a melanina da pele, um pigmento que protege a pele contra a radiação. Portanto, um indivíduo com pele clara, tem menos proteção e por isso precisa de fotoprotetores com FPS e UVA maiores”, explica Lucas Portilho. E tem mais: “Em relação ao sensorial do fotoprotetor, é importante usar produtos que sejam mais secos no caso de pessoas com pele oleosa ou produtos mais hidratantes no caso de quem apresenta pele seca”, completa o pesquisador em Fotoproteção.

Por que usar filtro?
Porque ele é a forma mais segura de proteção contra as radiações solares, segundo a médica. “Pesquisa recente descobriu que o guarda-sol não consegue bloquear as radiações e oferece, no máximo, FPS 8. Além disso, a areia reflete os raios solares”, afirma. “UVA é o principal responsável pelo envelhecimento precoce (manchas e rugas), sendo um tipo de radiação que atravessa nuvens, vidro e epiderme e penetra na pele em grande profundidade, até as células da derme – sendo o principal produtor de radicais livres. Entre os prejuízos: desde lesões mais simples até, em casos mais graves, câncer de pele. Já o UVB deixa a pele vermelha e queimada, danifica a epiderme e é mais abundante entre as 10 da manhã e as 4 da tarde. Essa radiação pode furar o bloqueio dos filtros químicos e aumentar o risco de cancerização”, finaliza a dermatologista.

 

FONTES:
Dra Thais Pepe
: Dermatologista especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, membro da Sociedade de Cirurgia Dermatológica e da Academia Americana de Dermatologia. Diretora técnica da clínica Thais Pepe, tem publicações em revistas científicas e livros, além de ser palestrante nos principais Congressos de Dermatologia.

Lucas Portilho: Consultor e pesquisador em Cosmetologia, farmacêutico e diretor científico da Consulfarma e Pesquisador em Fotoproteção na Unicamp. Especialista em formulações dermocosméticas e em filtros solares.



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