Estudo revela dieta ideal para combater o envelhecimento da pele

Para uma pele bonita e saudável, o skincare é fundamental, por isso são cada vez mais procurados, porém apenas os produtos tópicos não são suficientes para conquistar a pele dos sonhos: sua dieta também desempenha um papel significativo nesse objetivo. “Uma alimentação equilibrada está entre os principais itens que ajudam a deixar a pele bonita, jovem e hidratada. São os alimentos que você consome regularmente que definem a aparência e qualidade do tecido cutâneo, não apenas em um mês, mas também em um ou dois anos”, afirma a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. A relação entre a alimentação e a qualidade da pele é tão importante que estudos nessa área são constantemente realizados para identificar as melhores maneiras de tratar o tecido cutâneo através da dieta. Por exemplo, um estudo publicado em março na revista médica Skin Therapy Letter apontou as estratégias nutricionais mais recomendadas para combater os mecanismos envolvidos no envelhecimento da pele (oxidação, inflamação e glicação).

Através da revisão e comparação de outros estudos que se propuseram a identificar de que forma a alimentação impacta na saúde da pele, os pesquisadores do estudo foram capazes de criar uma espécie de guia alimentar que visa prevenir e tratar os processos de oxidação, inflamação e glicação, que figuram entre os principais causadores do envelhecimento precoce e são altamente influenciados pela dieta. “Entre um dos mais importantes mecanismos do processo de envelhecimento está o estresse oxidativo, que ocorre quando há uma produção exagerada de radicais livres pelo organismo que o nosso sistema antioxidante natural não é capaz de combater. Como resultado, os radicais livres promovem alterações nas funções das células, modificam o DNA celular e levam, inclusive, ao envelhecimento precoce”, explica a Dra. Claudia. Tal processo é influenciado por fatores como exposição solar desprotegida, tabagismo e poluição. Porém, a alimentação também desempenha um papel fundamental no estresse oxidativo. “Alimentos de alto índice glicêmico, como carboidratos, farinhas e açúcares, são rapidamente digeridos pelo organismo e transformados em glicose no sangue, provocando assim um pico de glicemia. Para reequilibrar esse alto nível de glicose no sangue, o organismo aumenta a produção de moléculas que podem se transformar em radicais livres, gerando assim o estresse oxidativo”, completa a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia.

De acordo com a Dra. Claudia, o próprio estresse oxidativo ainda desencadeia mais problemas, ao ativar diversas vias inflamatórias no organismo e contribuir para a inflamação crônica. “A inflamação é um processo natural do organismo para se proteger. Porém, quando esse processo dura por um logo período ocorrem danos teciduais que estão envolvidos no surgimento de rugas, flacidez, manchas e linhas de expressão”, destaca a médica. Como se não bastasse, a hiperglicemia que favorece o estresse oxidativo também reage com as proteínas do organismo, gerando o que chamamos AGE’s (produtos finais da glicação avançada) em um processo conhecido como glicação. “Na glicação as moléculas de glicose se unem às proteínas de elastina e colágeno, responsáveis pela firmeza da pele. O açúcar faz com que essas proteínas se quebrem, o que aumenta o processo de envelhecimento da pele e a flacidez”, completa a dermatologista.

Estando então esses três fatores intrinsicamente relacionados à alimentação, a melhor maneira de combatê-los é através da adoção de uma dieta balanceada com nutrientes específicos para neutralizar esses processos, o que foi definido pelo estudo. “Para combater o estresse oxidativo, por exemplo, o ideal é investir em antioxidantes, que incluem principalmente nutrientes como Vitamina C, Vitamina E, selênio, zinco, carotenoides e polifenóis”, diz a Dra. Marcella Garcez. Porém, ainda que nutrientes isolados sirvam como antioxidantes, o ideal é investir em alimentos que sejam ricos em uma grande variedade dessas substâncias. De acordo com o estudo, a categoria alimentícia que inclui temperos e ervas é a que contêm mais alimentos ricos em antioxidantes. “Além disso, frutas vermelhas e vegetais de todas as cores, no geral, também figuram entre alimentos que contêm antioxidantes em quantidade média-alta”, afirma a nutróloga.

Já no combate à inflamação, os pesquisadores desenvolveram um índice inflamatório alimentar que destaca os principais alimentos anti-inflamatórios. Alguns dos efeitos anti-inflamatórios mais potentes observados pelos estudiosos estavam presentes em alimentos como açafrão (cúrcuma), chá verde, chá preto, gengibre, alho e cebola. Nutrientes como fibras, magnésio, vitamina D e Ômega-3 também foram destacados pelos pesquisadores devido a seus efeitos anti-inflamatórios. “Os autores do estudo também ressaltaram a importância do consumo de alimentos fermentados, bem como enriquecidos com probióticos e prebióticos, pois possuem papel importante na manutenção da saúde da flora intestinal, que, por sua vez, têm grande impacto no processo inflamatório, no funcionamento da barreira da pele e no envelhecimento cutâneo”, destaca a Dra. Marcella.

Para interromper os efeitos da glicação na pele, os pesquisadores focaram em uma dieta capaz de combater as diferentes fontes dos AGE’s. “Os AGE’s podem ser originados tanto da produção endógena devido à hiperglicemia, quanto da ingestão de alimentos que contam com AGE’s pré-formados. Portanto, estratégias nutricionais para reduzir o dano tecidual causado pela glicação devem ter três diferentes focos: alimentos que não causem hiperglicemia, alimentos que limitem os processos bioquímicos da glicação e, por fim, ingestão limitada de AGE’s pré-formados”, afirma a nutróloga. O ideal então é investir em uma dieta rica em alimentos de baixo índice glicêmico, como produtos integrais, leguminosas, frutas e verduras, e evitar alimentos de alto índice glicêmico, incluindo doces e pães brancos, estratégia que vai limitar a hiperglicemia. O estudo apontou também que alimentos como canela, alho, erva mate, tomate, gengibre, cominho, pimenta do reino e chá-verde possuem propriedades antiglicantes, sendo assim ideais para combater os processos bioquímicos de glicação. Além disso, é preciso evitar também alimentos ricos em gordura e proteínas, como certos tipos de carne e queijo, já que esses possuem grande quantidade de AGE’s pré-formados. No lugar, aposte em frutas, vegetais e pães integrais. “O estudo ainda ressalta que certos métodos de cozimento de alimentos proteicos, como grelhar, assar e fritar, também aumentam a quantidade de AGE’s pré-formados. Em contrapartida, ferver as proteínas, bem como cozinhá-las por períodos mais curtos e em temperaturas baixas, são estratégias para redução desses AGE’s. Mas é importante notar que a quantidade de AGE’s em alimentos como frutas, vegetais e pães integrais permanece baixa independentemente do método de cozimento”, completa a Dra. Marcella.

O estudo ainda faz uma ressalva sobre a questão dos suplementos. “O papel principal da suplementação sempre foi e continua sendo o tratamento de deficiências. Apesar de pesquisas sobre a ação de suplementos no tratamento dessas deficiências serem constantemente utilizadas para justificar a suplementação em geral, faltam evidências para apoiar essa abordagem. Um exemplo é a biotina, que pode ser suplementada para tratar a queda capilar consequente de deficiência nutricional, mas não demonstra eficácia contra a perda generalizada de cabelo”, comenta a especialista.

Por fim, é importante reconhecer a relevância desse estudo, que auxilia no desenvolvimento de estratégias nutricionais para combater os processos oxidativos, inflamatórios e de glicação. “Para aqueles que desejam um envelhecimento saudável da pele e do corpo, o ideal é apostar em uma dieta que incorpore essas três estratégias, com foco em alimentos ricos em antioxidantes, com propriedades anti-inflamatórias e que diminuam e inibam a glicação, afinal, todos esses processos estão extremamente interligados. Porém, recomenda-se que a adoção dessa alimentação seja realizada com acompanhamento médico, já que apenas um profissional especializado poderá fazer uma avaliação e prescrever uma dieta de acordo com suas características e necessidades”, finaliza a Dra. Marcella, Garcez.



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