Jovens também ficam carecas. Saiba como tratar

Ser calvo pode parecer algo comum entre os homens de meia idade, mas a verdade é que a calvície chega bem antes do que muitas pessoas acreditam. No inicio da vida adulta, a patologia já pode começar a dar sinais, e para alguns, vem de forma mais agressiva, independentemente de gênero, pois, tanto os homens quanto as mulheres podem ter sérios problemas com a perda de cabelo.

A hereditariedade é o principal motivo que causa a queda de fios, especialistas dizem que, se já existe um histórico familiar, é muito provável que pessoas de outras gerações possam sofrer com esse problema. Então, ficar sempre de olho no espelho para verificar como está a saúde capilar é muito importante, principalmente, entre os mais jovens. A boa notícia é que toda queda é passível de tratamento, mas é necessário o acompanhamento médico, para que esse mal seja cortado pela raiz o quanto antes.

Queda precoce

Dos 150 mil fios que existem no couro cabeludo do ser humano, 120 caem todos os dias, essa queda faz parte do ciclo de vida do cabelo. Eles nascem, crescem, morrem e dão espaço para que os outros fios possam dar continuidade neste ciclo.  Cada período que o cabelo passa tem um nome: o anágeno, que corresponde ao crescimento ativo e dura de três a seis anos, crescendo, em média, 1,2 centímetro por mês. Logo em seguida vem o catágeno, nesse momento o cabelo para de crescer dentro de dois anos. Por último o telógeno, que nesta etapa o cabelo está velho e fraco, por isso ele cai para que outro possa nascer e reiniciar o ciclo.

De acordo com o Dr. Alan Wells, cirurgião plástico e especialista em transplante capilar, quando se percebe que existem uma queda abrupta, é importante consultar um dermatologista para que ele possa averiguar melhor. “Alguns jovens já vão apresentar essa queda na adolescência ou no inicio da vida adulta, é importante sempre ficar de olho, mas o cabelo vai ficando cada vez mais fino e fraco. Existem casos, em que algumas pessoas chegaram aos 25 anos totalmente calvas”, conta.

Para os homens

A calvície é mais comum entre os homens, mesmo que a hereditariedade seja um fator importante, essa patologia atinge de forma mais agressiva o sexo masculino porque a queda de fios é estimulada pela testosterona, hormônio que é presente em maior quantidade neles, dessa forma, acabam sendo o principal alvo. “Não existe um sintoma físico, apenas um padrão, pois os fios vão ficando mais finos nas famosas entradas e no topo da cabeça, até que caiam todos. Mas há tratamentos com base em remédios para os casos em que a calvície não se desenvolveu por completa”, explica Wells.

Mesmo que seja tratada como uma patologia, não é considerado uma doença e, sim, uma condição genética que pode ter um tratamento, mas há casos em que um jovem de 18 anos começa a perder cabelo muito rápido. “Para um homem mais velho a perda de cabelo, muitas vezes, acontece de forma mais natural, principalmente, naqueles que não são tão vaidosos, mas para um jovem, pode ser encarado como algo terrível, pois está atrelado a autoestima e autoconfiança, então, acaba influenciando nos relacionamentos, desencadeando problemas emocionais”, destaca o especialista.

Para as mulheres

Mesmo que de forma rara, as mulheres também podem passar por esse processo de queda de fios e muitas vezes sem perceber, uma vez que, os cabelos caem de forma diferente em comparação aos homens. Para elas, não existe as entradas, mas a divisão entre os fios no meio da cabeça vai ficando cada vez maior.

De acordo com o Wells, para elas, os efeitos da baixa autoestima podem ser maiores, uma vez que o cabelo também é símbolo de feminilidade. “Para a mulher é realmente devastador, primeiro que não é tão comum, logo, há pouco informação acerca do assunto, em consequência disso, quando ela percebe que está perdendo o cabelo é desesperador e vergonhoso. Há casos, em que as mulheres não percebem que os fios estão ficando ralos, mas as pessoas ao redor, sim, porém, não falam nada, porque também não tem conhecimento sobre o assunto”, explica.

Além da genética

A perda de cabelo por causa da hereditariedade é conhecida entre os dermatologistas como alopecia androgenética. Mas, também é possível que a queda de fios seja estimulada por questões hormonais e emocionais, sendo assim, é alopecia areata. Neste caso, é uma condição autoimune e pode ser desenvolvida por estresse, traumas, e, até mesmo durante a gravidez, por causa da nova rotina e produção de hormônios.

De acordo com o especialista, para identificar a causa é necessária uma investigação detalhada sobre a vida do paciente. “Sempre investigamos o histórico para conseguir entender o motivo da queda, normalmente, é o primeiro passo. Precisamos saber como está a alimentação, se possui parentes que já são calvos ou que apresentaram algum início da patologia, até mesmo como está a rotina. Muitos jovens passam por muito estresse durante o período da faculdade, e isso também pode influenciar. Depois desse levantamento de informações, seguimos para os exames médicos e também a análise detalhada dos fios”, conta o cirurgião.

Como tratar

Embora não tenha cura, a alopecia tem tratamento com base em medicação por via oral para evitar que novos fios caiam. Após fazer os exames necessários que o médico solicitar, é possível identificar a causa da calvície, que se for tratada logo no início, tem resultados eficazes. “É muito importante avaliar a adaptação do paciente com os medicamentos, cada caso é muito específico, então, alguns respondem melhor os tratamentos com determinados remédios do que outros”, diz.

Quando o implante é recomendado?

A cirurgia para realizar o implante capilar é feita somente quando a calvície já se desenvolveu por completa. Neste caso, é utilizado o método FUE (Folicular Unit Extraction). “Embora seja uma cirurgia demorada, a recuperação é bem rápida. São retirados os fios de locais que não foram afetados pela calvície e reimplantados nas partes em que aconteceram a queda”, afirma o especialista.

Wells explica que durante as consultas que antecedem a cirurgia é muito importante explicar o procedimento, como será feito e, principalmente, alinhar a expectativa do paciente com o planejamento cirúrgico. “Para que não haja problemas futuros, é mais que necessário que o cirurgião explique tudo nos mínimos detalhes e que o paciente tire todas as dúvidas existentes. Como por exemplo, o médico só pode retirar fios da cabeça na região que não tem a genética da calvície, que é a área de segurança, além de também, não deixar nenhuma sequela na região doadora, então, o cirurgião tem um teto máximo de raízes que podem ser utilizadas no procedimento. De um modo geral, cabe ao especialista dizer até onde pode ir a cirurgia e quais resultados podem ser esperados”, finaliza o cirurgião.



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