Se o seu dermatologista fosse seu professor, a sua lição de casa seria basear sua rotina skincare nos cuidados básicos que incluem hidratação e fotoproteção. Mas é possível ir além disso para ter resultados mais satisfatórios nos cuidados com a pele – e até dar um chega-pra-lá nas primeiras linhas de expressão e rugas. “Por volta dos 30 anos aparecem os primeiros sinais na pele dos danos causados pelo sol, incluindo manchas e linhas, já que a reparação natural do organismo começa a enfraquecer a partir dos 25 anos. Mas essas alterações na pele têm a ver com hábitos de exposição a agentes como radiação ultravioleta e poluição”, explica Lucas Portilho, consultor em Cosmetologia, diretor científico da Consulfarma e pesquisador em Fotoproteção na UNICAMP. “Hoje, a maioria das prescrições dermatológicas trazem um ‘upgrade’ na fórmula e levam em consideração a presença de antioxidantes e agentes anti-inflamatórios, que vão proteger e reparar a pele contra os danos ambientais”, explica a farmacêutica Mika Yamaguchi, diretora científica da Biotec Dermocosméticos.
Antioxidantes e peptídeos — De acordo com o pesquisador, isso acontece porque o protetor solar não é um bloco completo. “Raios UV ainda penetram, por isso é bom usar algo antes do filtro para neutralizar os radicais livres que são liberados”, sugere o especialista.
A dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que as vitaminas e os antioxidantes, presentes nas formulações, colaboram nessa questão, fazendo com que o dano oxidativo causado pela radiação ultravioleta seja em parte revertido, potencializando a ação de defesa imunológica e de reparo, quando só o fotoprotetor não consegue proteger adequadamente a pele. Entre os principais antioxidantes, a farmacêutica nomeia Alistin, OTZ 10, Super-Ox C, Ascorbosilane C, Exo-P e as Vitaminas C e E, que vão ajudar o protetor na função de barreira contra os danos ambientais.
Além disso, segundo a Dra. Claudia, para incrementar ainda mais a formulação, os Fatores de Crescimento e os peptídeos podem ser adicionados aos cremes para estímulo de colágeno de boa qualidade, atuação de reparo tecidual, ação cicatrizante, preenchedora e controle de pigmentação. “Enfim, dentre muitos tipos de peptídeos, eles formam uma categoria indispensável para potencializar o rejuvenescimento da pele”, afirma a Dra. Claudia, acrescentando a necessidade de usar os peptídeos na forma vetorizada, já que conferem rápida absorção: “Quando biomiméticos, simulam as proteínas naturais e atuam rapidamente na pele. Eles têm ação mais importante quando vetorizados e encapsulados em sistemas próprios para resultados mais significativos”, completa. A médica também indica EvenSkin A3, uma associação de peptídeos que tem a função de diminuir a formação de manchas e também a glicação (açúcar se liga no colágeno), uniformizando o tom da pele; e Connect Cell, que restabelece a comunicação celular – o que é de grande ajuda para reforçar a barreira da pele.
Ácidos e retinóides — Os retinóides são padrão ouro em rejuvenescimento domiciliar, mas use se sua pele apresenta algum tipo de fotoenvelhecimento e somente com recomendação médica. Já os ácidos esfoliantes melhoram a renovação celular: “Alfa-hidroxiácidos como glicólico, málico ou mandélico são excelentes opções para esfoliar e promover hidratação à pele, que ganha mais luminosidade”, explica a dermatologista. A farmacêutica Mika Yamaguchi também recomenda ativos como Hyaxel, que hidrata e faz um peeling biológico na pele, e Lanablue, que renova a pele, sem causar a irritação comum dos ácidos.
Hidratação e fotoproteção continuam — Apesar do upgrade com substâncias que têm grande efeito rejuvenescedor, a hidratação e a fotoproteção não devem ser esquecidas. “Independentemente da estação do ano, a hidratação é fundamental para ajudar a formar a boa membrana hidrolipídica (filme de gordura e água natural que protege a pele)”, conta a Dra. Claudia Marçal. No caso do filtro solar, seu uso é indispensável porque os raios UV causam efeitos maléficos e provocam oxidação celular, câncer de pele e envelhecimento fotoadquirido, ligado à formação precoce de rugas, manchas, mudança na textura, angiogênese (formação de novos vasos) e flacidez.
